Sobre mim | Crescimento pessoal/Profissional e a área de formação.


Oioi !

Tudo bem?

Hoje decidi trazer-vos um assunto um pouco mais sério; mais introspectivo,  pessoal e até intimo; porque às vezes é isto que nos faz falta, de certo modo desabafamos e acabamos também por ajudar alguém; e aqui no blogue faz todo o sentido. Notei que naquele espaço de meses após me ter licenciado, pouco tempo depois até desabafei sobre as dificuldades que estava a sentir,  sobre as fracas perspectivas de futuro; no complicado que estava a ser em arranjar trabalho na minha área de formação. Depois mais tarde, a dificuldade já era a de arranjar trabalho em qualquer outra área que fosse; restauração, manutenção, limpezas, etc (tal era o desespero e a necessidade de me sentir útil e capaz). Hoje olho para trás e noto que não cheguei a falar-vos sobre a minha posição quanto à situação de milhares de pessoas que como eu, estudaram mais do que o ensino obrigatório, seguiram uma área, licenciaram-se e não chegaram a exercer.

Foi em 2015 que concluí a minha licenciatura na área de Artes e do Património; e foi nesse ano em que começou a guerra por que todos nós passamos a certa altura da nossa vida que é a de entrar no mercado de trabalho. Não foi fácil, lembro-me de ter acabado o meu curso por volta do mês de Julho se bem me recordo e só no final de Novembro ter arranjado o meu primeiro trabalho. Consegui o meu primeiro emprego a full-time numa conhecida loja de cosméticos. Era época de Natal, as ofertas de trabalho nesta altura do ano, por norma, fervilhavam e eu já no modo de desespero, disparei currículos em todas as direcções; basicamente andei de loja em loja a entregar pessoalmente o meu currículo, maioritariamente em lojas de roupa/ cosméticos e sapatos e muitos outros enviados online

Tanto andei que lá arranjei esse trabalho, cujo objectivo inicial até era para embrulhar presentes (somente) e acabei por ficar como vendedora porque uma das raparigas que tinha sido seleccionada para vendedora tinha desistido. Passou-se a altura louca do Natal e lembro-me que uns 2 ou 3 dias antes da passagem de ano, saí. Não tinha sido seleccionada para continuar a trabalhar lá e na altura lembro-me que fiquei um bocado desiludida porque no fundo era um murro no estômago; era aquela sensação horrível de: - lá vou eu novamente passar os meus dias em casa a enviar currículos para tudo quanto é sítio sem receber resposta; e ao mesmo tempo, eu não me imaginava a trabalhar ali por meses e meses a fio. Era uma loja minúscula dentro de um centro comercial e ter de andar a impingir produtos o dia inteiro não era de todo o meu sonho. Lá me resignei e logo em Janeiro de 2016 comecei a tirar a carta de condução, tinha todo o tempo do mundo para me dedicar ao código da estrada mas a procura de trabalho não parou. Nada mudou a não ser o meu desespero que continuava a aumentar a cada semana que passava em casa sem ver uma luz ao fundo do túnel. Lá tive eu de começar a alargar horizontes; candidatei-me a uns quantos concursos públicos de emprego, a entregar currículos em todo o tipo de restaurantes, cafés (coisa que ainda não tinha feito).

     Foi então seis meses depois, no início de Junho desse ano que me responderam a uma candidatura espontânea que tinha feito para trabalhar um restaurante de uma cadeia de fast food. Na altura fiquei radiante, não era de todo o meu trabalho de sonho, sabia que ia ganhar mal, mas olhem, a alegria era imensa porque o que eu mais queria era arranjar um trabalho independentemente de ser a fazer o que quer que fosse. Estava farta de estar em casa e sem receber nada e qualquer oferta naquele momento era o ideal. Como devem imaginar; a minha vontade/necessidade de arranjar trabalho/dinheiro/estabilidade/independência estava ao rubro e por isso, trabalho é trabalho, muito ou pouco sempre dava para pagar o passe que também não era assim tanto visto estar pertinho de casa e dava para comprar qualquer coisa de vez em quando ou pôr algum de lado enquanto tirava a carta e o excelente na altura foi que tinha a escola de condução a 3 minutos a pé desde o trabalho.
     Por lá fiquei até ao inicio do ano seguinte; acabei gozando as minhas merecidas férias no final desse mesmo ano, em Dezembro e acabei por viajar até Londres.

Escusado será dizer que eu passados dois meses de lá estar a trabalhar já só queria era arranjar outra coisa o mais rapidamente possível. A vontade que senti muitas vezes era a de virar as costas e vir-me embora, principalmente nos últimos 4/5 meses que aquilo estava a ficar insuportável mas a necessidade de me manter "independente" o quanto possível dinheiro, a experiência profissional e o de manter uma ocupação (para não dar em  maluca em casa) falava mais alto e eu não sou, nem nunca fui pessoa de desistir. Tinha bem presente que só me iria embora quando arranjasse algo melhor; seguro e assim foi, aguentei até ao fim.

O resto da história vocês já sabem; muito resumidamente saí do restaurante onde ganhava miseravelmente mal e fartava-me de trabalhar, fazia tudo, atendimento, limpezas pequenas, limpezas a fundo, fazia os pedidos, era copeira, tudo! Só no final de Fevereiro é que saí para trabalhar num hostel  na zona da Baixa-Chiado em Lisboa e foi a minha primeira e melhor experiência profissional na vida. 

O que tenho a transmitir-vos com tudo isto é que agora, olhando para trás; recordo-me de ter sentido revoltada, chateada, triste e literalmente na lama porque os meus pais fizeram um esforço do caraças para que conseguisse concluir o curso ainda por cima longe de casa, o que obrigava a um custo acrescido além das propinas, as deslocações. Além das propinas ainda tinha de pagar mais de 100€ em passe todos os meses, felizmente lá consegui no 2º ano de curso a bolsa de estudo.
Lamento o facto de hoje olhar para trás e sentir-me como se tivesse perdido ali 3 anos da minha vida a fazer algo que hoje não me valeu de nada e sentir que fiz um esforço financeiro e não só, simplesmente para andar a brincar às praxes e fazer uns trabalhos para passar às cadeiras para no fim ter um canudo na mão.  É claro que conheci gente espectacular e aprendi umas quantas coisas e cresci bastante enquanto pessoa e isso ajudou-me muito a nível profissional, mas em termos práticos a realidade é esta, o canudo não me serviu de nada. Com isto assumo que não faço intenções de trabalhar na minha área: aliás, trabalhar na minha área é  neste momento e na altura já o era, uma anedota sem piada nenhuma (se é que me entendem); o trabalho é precário. A minha área infelizmente é toda à base do voluntariado ou dos estágios e trabalho remunerado que é bom, zero.

Como por vezes há males que vêm por bem; foi com esta treta do restaurante de fast food que senti a necessidade de arriscar (afinal eu não tinha nada a perder, não é verdade?); estava na casa dos meus pais por isso podia bem arriscar;  se ficasse sem aquele trabalho não era a pior coisa do Mundo se fosse para arriscar por algo melhor, algo que fizesse sentido e que me fizesse sentir realizada e que ali tivesse melhor perspectiva de futuro. Foi depois disto que arrisquei em hotelaria; área que eu desconhecia profissionalmente porque nunca tinha trabalhado na área mas que nunca esteve fora de vista mas talvez por receio e por não ter tido qualquer contacto não tinha arriscado e lá tive a sorte de ter enviado uns quantos currículos e um dos sítios para onde me candidatei me contactou a marcar entrevista.

Com este texto enorme o que vos quero transmitir é que eu comecei por baixo; comecei como lojista; de lojista a ajudante de cozinha, de ajudante de cozinha a recepcionista de um hostel; de recepcionista de um hostel a apaixonada recepcionista de 2ª; num prestigiado hotel em Lisboa (pelo menos gosto de pensar assim ahahah); pronta para embarcar numa nova aventura ali ou noutro lugar após um ano e meio de muita luta e crescimento pessoal e profissional. Amo o que faço e não quero mudar.

Desde que encontrei a minha vocação que não tenciono de forma nenhuma trabalhar na minha área de formação. É algo que está completamente fora do baralho porque me sinto feliz, realizada, melhor valorizada e por aqui posso continuar a crescer e quem sabe até mudar de departamento (eventos, backoffice, etc).

E vocês? Qual é a vossa história?

C.C

Comentários

  1. Eu não preciso de te contar a minha historia porque sabes bem o meu percurso até agora… que no fundo é muito parecido com o teu… a diferença é que ainda não encontrei aquilo que me satisfaça pelo menos. Mas espero que como tu, um dia consiga encontrar algo que me deixe minimamente feliz, seja ou não relacionado com o nosso curso.

    Beijinhos amor!😘
    https://entrechavenasdecha.blogspot.pt/

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    1. <3 e vais encontrar, experimenta, arrisca. :D

      Beijoca <3 se precisares de alguma coisa, diz ! <3

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    2. Obrigada! Preciso de um café contigo um dia destes ahahah
      Beijoca

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  2. Eu prefiro nem falar :x mas ainda bem que conseguiste, alguém que consiga e tu bem mereces :D

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C.C

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